sexta-feira, 15 de julho de 2016

NBR 8403.P1 - Espessura de Linhas e Tipos Estreita Larga, Fina e Tracejada

Bom dia pessoal.

A norma NBR 8403  trata dos tipos de linhas utilizados em desenhos técnicos e as aplicações desses tipos.

O texto esta formatado de forma  a ser lido de forma contínua (estudado) ou consultado. Vai conforme a sua necessidade.

Estou dividindo esta norma em mais post para não ficar algo exagerado e cansativo.


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Por que é importante a diferença de largura entre as linhas?

            A diferença de largura entre as linhas existe para ajudar a leitura e interpretação do desenho.  Evitando que linhas que estejam representando uma informação sejam confundidas com as de outra informação. Por exemplo: Confundir linhas de cotas com linhas de que representam arestas externas de um objeto.

Qual a relação entre as larguras das linhas?

            A linhas “engordam”, isto é ficam mais grossas respeitando um  proporção de aproximadamente 1,41 vezes ou √2 (raiz de 2) entre si. Assim a menor linha vale 0.13 mm a próxima largura será de 0.13mm x 1,41 = 0,18 mm. Isso será feito para gerar todas as linhas até a espessura máxima de 2 mm.
            As faixas de largura são: 0,13(1); 0,18(1); 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm.
            A linha mais grossa deve ser 2 vezes mais grossa que a linha mais fina. Assim se a linha mais fina for de 0,25mm a mais larga será de 0,5 mm.

Qual deve ser a distância entre duas linhas paralelas?

            Não deve ser menor do que duas vezes a largura da linha mais larga usada no projeto. Assim se a linha mais larga medir 0,5mm, a distância entre as linhas deve ser de 1mm. Recomenda-se que a menor distância entre as linhas não seja menor que 0,7mm.

O que é uma caneta Técnica?

            Antes do uso da informática para a execução de projetos eles eram executados manualmente através do uso de lapiseiras e canetas tinteiras (ponta de aço) de nanquim (tipo de tinta) Figura 1. Essas canetas não permitiam um controle e variação da espessura da linha. Assim existia um instrumento chamado de tira-linha que era usado para pode ser geradas as linhas com diferença de largura. 
          Com o advento da tecnologia surgiram canetas descartáveis de nanquim, que possuíam a espessura da ponta, e logo da linha que elas geram, pré-definidas. Assim era-se especificada a norma em relação a essas canetas Figura 2 e 3.
            Mas com a chegada da informática (Autocad), essas canetas entraram em desusos também, sendo usadas para desenhos artísticos e não técnicos. Mas suas definições continuaram nas normas. Sendo então criada uma tabela de equivalência entre as cores usadas no software e as espessuras das linhas. O que hoje em dia também está em desuso já que o software permite mostrar na tela a espessura das linhas. 

Caneta Tinteiro YIREN 3015 Basic Black
Figura 01SINOARTE 2016

Ampliar Imagem - Caneta Copic Multiliner SP
Figura 02 
PINTATUMESMO 2016






Figura  03
ALIEXPRESS 2016

Mas para que preciso dessa tabela?


Alguns escritórios de engenharia ainda a usam. Assim como algumas empresas que fazem a plotagem (impressão do projeto).

Como ela é?

            A tabela  é simples, conforme as colunas abaixo:
           
0,13 mm lilás
0,18 mm - vermelha;
0,25 mm - branca;
0,35 mm amarela
0,50 mm - marrom;
0,70 mm - azul;
1,00 mm laranja
1,40 mm - verde;
2,00 mm - cinza.


E fora variar a largura como as linhas são diferentes entre si?

            As linhas podem variar ainda em relação a forma como foi desenhada. Por exemplo se ela é contínua (sem interrupções) ou se ela é tracejada, ou formada de traços e pontos, ou se possuí mudança de largura. Há uma tabela com todos os tipos de linhas e suas aplicações. Vou estruturar o raciocínio de uma forma um pouco mais simples para efeito pedagógico.

Se quero desenhar as arestas visíveis qual tipo de linha devo usar?

            Será usada uma linha contínua (sem interrupções), conforme a Figura 04, mais larga que as outras para evitar confusão com elas. A largura dessa linha deverá respeitar a proporção de ser duas vezes mais grossa que a mais fina a ser adotada dentre os valores especificados na tabela. Um exemplo é o da Figura 05.


Figura 04
Figura 05


 Se é usada a linha grossa para contornos quando é usada a linha contínua estreita ?

          Esta possuí uma quantia maior de usos. A linha estreita é usada para passar informações complementares:
®    Seja indicando aonde começa e termina o intervalo que será cotado (linhas auxiliares) Figura 06;
®    A linha em qual está escrito acima dela o valor da cota (linha de cota) Figura 06;


Figura 06

®    Representar alinhamentos de peças ou de partes de peças (linhas de intersecção) Figura 07;

Figura 07

®    Linhas que ligarão um texto ou um balão com um número a uma superfície da peça (linha de chamadas) Figura 08;


 Figura 08

®    Linhas paralelas que representam a superfícies cortadas (hachuras) Figura 09;

Figura 09

®    Quando por economia de espaço na folha de desenho se representa o corte de uma peça junto a uma vista, o contorno dessa região cortada deve ser feito com linha estreita (contornos de seções rebatidas na própria vista) Figura 10.

Figura 10


®    Linhas de centro curtas.

Mas não tem uma que parece que foi feita de qualquer jeito?

Esta se chama contínua estreita a mão livre é utilizada para desenhos executados manualmente segundo a norma Figura 11.

Quando o desenho for feito através de “máquinas” (computador) deve ser usada a linha em contínua estreita em ziguezague Figura 12. 

Figura 11
Figura 12

Você falou tanto em linha contínua mas quais são os outros tipos? Cite um.
 

Provavelmente o segundo tipo de linha mais usado em um desenho é a tracejada usada para representar arestas não visíveis no rebatimento. Pode ser um linha grossa ou fina. Geralmente é utilizada a linha fina para se destacar em relação as linhas de contornos que são grossas Figura 13.

Figura 14
Figura 15



Figura 16

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segunda-feira, 11 de julho de 2016

NBR 10067.P3 - Princípios Gerais - Cortes

Bom dia pessoal.

Esta terceira parte encerra a explicação desta norma. O foco aqui é a explicação sobre cortes e representação simplificada de peças muito compridas.

O texto esta formatado de forma  a ser lido de forma contínua (estudado) ou consultado. Vai conforme a sua necessidade.

Estou dividindo esta norma em mais post para não ficar algo exagerado e cansativo.
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O que a norma ainda trata que não foi explicado nos outros posts? 

                   Representações de cortes em peças.

Cortes?

                Sim, algumas peças possuem detalhes internos que ficariam confusos sendo representados por linhas tracejadas. Assim a melhor representação seria se a peça fosse cortada ao meio, tirado uma parte dele e olhando a parte interna  como na Figura 21. Devendo ser usada hachuras (riscos inclinados) para representar a superfície que foi cortada, não sendo usado na superfície interna.

Figura 21 – Vistas Em Corte


Mas tem só um tipo de Corte?

                Não é bem assim. Existe o corte total, igual ao feito na Figura 21, em que se corta a peça ao meio, assim como existem variações desse corte como:
               
·         Corte em Desvio
·         Corte Parcial
·         Meio Corte


Me explica esse corte total como que eu desenho isso usando projeções ortogonais?

                Inicialmente escolhe-se uma vista aonde será indicado aonde será feito o corte na peça. Por exemplo se eu quiser cortar uma peça ao meio, a melhor forma de se poder indicar por onde passa a linha de corte é por cima. Assim escolheríamos uma vista superior.
O Corte é indicado através de uma linha estreita traço ponto, larga em suas extremidades, aonde também será indicado o sentido de observação. Por haver dois lados depois do corte deve-se indicar qual será o lado representado, pois se a peça não for simétrica poderá haver diferenças entre eles.
Depois de feita a indicação na vista superior é escolhido o lado da peça que será observado. Para isso rebate-se a peça, com as mesma regras de rebatimento de desenho usado para gerar as vistas “clássicas” (principal, superior, inferior,...) com a diferença que agora todas as arestas representadas serão visíveis e será necessário diferenciar na vista do corte quais superfícies são do corpo da peça que foi cortada e agora é visível e qual é do detalhe interno que se quer mostrar e não foi cortado. Conforme a Figura 22.




Figura 22 – Vistas em Corte
Fonte: (ABNT, 1995)
Figura 23 – Vistas em Corte em desvio
Fonte: (ABNT, 1995)



E os outros cortes? Como é o corte em Desvio?

Esse tipo de corte é usado quando a peça é mais complexa e possuí mais detalhes internos nela para serem representados. Para esse tipo de desenha-se ao invés de uma única linha reta, do começo ao fim da peça, mais linhas, que irão “caminhar” pela peça passando por cima dos detalhes que se quer representar.








Como é o corte Parcial?

É utilizado quando quer-se enfatizar apenas uma parte da peça,é usada uma linha contínua estreita à mão livre ou por uma linha estreita em zigue-zague, conforme a Figura 24.
Figura 22 – Corte Parcial
Fonte: (ABNT, 1995)






Como é o meio corte?


Usado para peças simétricas, aonde é feita na mesma vista a representação de parte dela corta mostrando detalhes internos a outra metade representada de forma convencional, conforme a Figura 25.
Figura 23 – Meio Corte
Fonte: (ABNT, 1995)




Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10647: Desenho Técnico  Rio de Janeiro, 1989.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico Desenho Técnico  Rio de Janeiro, 1989

FERREIRA, JOEL & SILVA, REGINA M.Telecurso 2000 – Desenho Técnico 1995a Capítulo 6 Editora Globo.


PAULI, Evandro A. de & ULIANA, Fernando S. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico 1996, página 6, SENAI – ES.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

NBR 10067.P2 - Princípios Gerais - Tipos de Vistas

Bom dia pessoal.

Nesta segunda parte abordarei os diferentes tipos de vistas que existem, e na parte três a representação por corte.

O texto esta formatado de forma  a ser lido de forma contínua (estudado) ou consultado. Vai conforme a sua necessidade.

Estou dividindo esta norma em mais post para não ficar algo exagerado e cansativo.

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Fora as vistas rebatidas existem mais tipos de vistas?

            Sim, há mais alguns tipos:

Vista Auxiliar: É feita uma projeção parcial de uma peça para facilitar a sua interpretação. São peças que apresentam inclinações angulares que ficariam extremamente confusas se rebatidas pelo método habitual, conforme a Figura 11a e 11b.


Figura 11a – Peças Complexas


Figura 11 – Vistas Auxiliar
Fonte: (ABNT, 1995)


 


Elementos Repetitivos: Pode-se fazer uma representação bem simplificada de elementos que se repetem como furos, rebaixos e outros conforme a Figura 12.



Figura 12 – Elementos Repetitivos
Fonte: (ABNT, 1995)
 



Detalhes Ampliados: Quando a escala de redução ou ampliação utilizada não permite visualizar de forma clara detalhes, ou inserir de forma clara linhas de cotas e outros símbolos, pode ser feito um desenho maior desse detalhe, em uma escala de redução menor que a peça ou em uma escala de ampliação. Isso é feito através do desenho de um círculo em torno da região do desenho que ser quer ampliar, utilizando linha estreita contínua e identificando esse detalhe, dando um nome para ele, através de uma letra maiúscula.  Depois escolhe-se um local adequado na folha de desenho e faz-se o desenho ampliado, escrevendo abaixo dele a letra que o representa e o valor da escala que foi utilizada Figura 13.

Figura 13 – Detalhes Ampliados
Fonte: (ABNT, 1995)
 


Fonte: USIMAK 2016



Linhas de Interseção:  São um recurso usado para representar alinhamentos. Seja de peças ou de partes de peças Figura 14a e 14b.


Figura 14a – Linhas de Intersecção
Fonte: (ABNT, 1995)

Figura 14b – Linhas de Intersecção
Fonte: (ABNT, 1995)
 



Extremidade de Eixos com Seção Quadradas e Furos Quadrados ou retangulares: é feito a representação através de duas linhas cruzadas, conforme a Figura 15
Figura 15 – Extremidades e Furos
Fonte: (ABNT, 1995)

Vista de Peças Simétricas: Peças que possuem simetria (um lado igual ao outro, conforme a Figura 16) podem ser representadas por uma parte do desenho, metade ou um quarto (já que o outro lado é igual). A linha de simetria é desenhada com uma linha traço e ponto, com dois traços paralelos que cruzam suas pontas, conforme a Figura 17. Também pode-se não usar a linha de simetria e usar uma linha traço ponto simples, e prolongar um pouco os contornos do desenho, conforme a  Figura 18.


Figura 17 – Representação de metade e um quarto de peças
Fonte: (ABNT, 1995)


Figura 18 – Representação sem uso da linha de Simetria
Fonte: (ABNT, 1995)

Contorno Desenvolvido: em peças curvas, ou dobradas é feita uma projeção como se fosse feito o desdobramento da peça. Conforme a Figura 19.


Figura 19 – Contorno Desenvolvido
Fonte: (ABNT, 1995)

Vistas de Peças Encurtadas: Para peças muito grandes que tem em uma de suas partes detalhes e em outras repetem a geometria como no caso de eixo, vigas e outros, pode-se fazer uma representação simplificada para melhor usar o espaço da folha de desenho. Usa-se um símbolo que parece um raio ou linhas onduladas (desenhos executados no computador NBR 8403) ou linhas irregulares (desenhos executados à mão livre). Conforme a Figura 20.
Figura 20 – Vistas de Peças Encurtadas
Fonte: (ABNT, 1995)

 





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NBR 10067.P3 - Princípios Gerais - Cortes






Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10647: Desenho Técnico  Rio de Janeiro, 1989.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico Desenho Técnico  Rio de Janeiro, 1989

FERREIRA, JOEL & SILVA, REGINA M.Telecurso 2000 – Desenho Técnico 1995a Capítulo 6 Editora Globo.

PAULI, Evandro A. de & ULIANA, Fernando S. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico 1996, página 6, SENAI – ES.


USIMAK, Projeto de Roll on Roll off 2016 Disponível em:  http://www.usimak.com.br/projetos-mecanicos/projeto-de-roll-on-roll-off/   Acessado em: 08/07/16